Este espaço foi criado para trocar ideias e atividades da área de Lingua e Literatura, compartilhando com os colegas experiências vividas ao longo da minha profissão.

Língua

Gosto de sentir a minha lígua roçar
A língua de Luís de Camões
Gosto de ser e de estar
E quero me dedicar
A criar confusões de prosódias
E uma profusão de paródias
Que encurtem dores
E furtem cores como camaleões
Gosto do Pessoa na pessoa
Da rosa no Rosa
E sei que a poesias está para a prosa
Assim como o amor está para a amizade (...)
(Caetano Veloso)

domingo, 4 de março de 2012

INTRODUÇAO À ARTE

COLÉGIO ESTADUAL GOV. LUIZ VIANA FILHO

DISCIPLINA- Artes PROFESSORA- Luciana Souza

ALUNO(A)- ______________________________________________________________

INTRODUÇAO À ARTE

Desde os povos primitivos até hoje, a arte vem contribuindo para uma melhor espiritualidade do homem, que procura cada vez mais assumir-se e conhecer-se para atuar de uma forma mais consciente e livre no mundo.

O que vem a ser arte?

Sabemos que as definições representam verdadeiras tiranias do espírito. Nenhuma definição conseguiu e talvez jamais consiga, sintetizar este complexo fenômeno espiritual e material ao mesmo tempo.

Enquanto que a Arte manifesta o Belo, a Estética (palavra grega que significa “sensível”) explica este mesmo Belo. Elucidemos através de um exemplo: o vôo de um pássaro é uma arte; o mecanismo deste vôo representa a Estética.

O importante, ao analisarmos uma obra de arte, é descobrir os motivos que a determinam: o pensamento, a imaginação, o sentimento, as circunstâncias de época, de lugar, de ambiente em que nasceu.

A arte tem a capacidade de expressar e estimular uma experiência dentro de uma determinada organização ou disciplina. E essa experiência pode variar desde a piedade causada pela expressão de angústia e revolta estampadas nas faces de “Os Retirantes” de Portinari, até a revelação de detalhes de uma obra arquitetônica.

Ver uma obra significa justificá-la, associá-la a outras e colocá-la no patrimônio da arte. Qualquer que seja o seu campo de atividade, contudo, o artista é um ser criador. É fato incontestável que a sabedoria, ou o conhecimento intuitivo direto das coisas, não se adquirira através de ensinamentos, mandamentos, ou conceitos teóricos. Ela aflora espontaneamente, no momento devido, correspondendo a um determinado estado de evolução. Conhecer, na idade moderna, não é teorizar e repetir, mas criar.

Os elementos, individualmente, ou então parte deles, contidos numa obra de arte são freqüentemente chamados de forma. (...).O estudo de como os elementos visuais e táteis funcionam ou se estruturam na arte chama-se análise formal.

A Arte é, em certa medida, uma liberação da personalidade. Normalmente os nossos sentimentos estão sujeitos a toda espécie de inibições e repressões; contemplando uma obra de arte, sentimos imediatamente uma libertação, como também uma empatia, que significa “uma identificação com”, levando-nos a ter estímulos emotivos.

O homem, num determinado momento de sua criação realizou a primeira descoberta: começou a usar a mão. Esta representou o primeiro e incomparável instrumento de sua consciência. A importância desta descoberta tornou possível a formação do domínio humano. Acelerou o início do desenvolvimento psíquico. A segunda grande descoberta foi a expansão, isto é, a linguagem e todos os expedientes através dos quais um homem se comunica com outro homem. A mão e a expressão são os órgãos da inteligência humana. São os instrumentos que permitem ao pensamento exercitar-se e colocar-se em relação com a realidade, com o mundo exterior.

Na tentativa de reconstituir a arte da humanidade, os críticos recorrem a um conjunto de elementos, às fontes históricas, que correspondem a todo material que nos permite conhecer a vida artística do homem desde os seus primórdios.

De maneira geral, podemos distinguir as seguintes espécies de fontes:

a) Textos históricos, que constituem as fontes mais importantes para a reconstrução do nosso passado, sendo representados por inscrições, cartas, publicações literárias, diários, etc.

b) Tradição oral, que corresponde à transmissão oral de notícias ou acontecimentos através das gerações. Os contos populares, as lendas, os provérbios e as fábulas são alguns exemplos desse tipo de fonte;

c) Tradição pictórica, representada, conforme seu próprio nome indica, por desenhos, mapas, brasões, gravuras, quadros, etc.

d) Todo e qualquer material referente ao passado que contribui para o conhecimento artístico como: ruínas, instrumentos, esculturas, retratos, etc.

A Arte, como resultado de análise e avaliação pode adquirir novas dimensões e formas de expressão através da crítica. Esta, além de contribuir para que se aprecie melhor as obras, ajuda a sociedade a manter-se atenta aos valores estéticos tanto da arte do passado, quanto das manifestações mais recentes. Todas as formas de arte como, literatura, pintura ou música, admitem a atividade crítica.

Mas como nasceu a crítica de arte?

Durante a Idade Média e até o início do século XVIII, a crítica de arte limitou-se à biografia e à descrição pura e simples das obras sem qualquer preocupação científica. Na segunda metade do século XVIII surge um reflorescimento de teorias de discussões e reconsideração da arte como disciplina autônoma. Nasce, assim a Filosofia da Arte, intuída por Giambatista Vico na “Ciência Nova” e definida por Alexander Baungarten como “Estética”.

(...)

No Brasil, somente com o Romantismo é que se tem início, mesmo de forma rudimentar, o trabalho crítico. A imitação da crítica européia reinava aqui. Todavia, já procuravam os críticos, egressos da Escola de Belas Artes do Rio de Janeiro, formar uma consciência dos valores nacionais. Isso somente se tornou possível nesse século com a Semana da Arte Moderna, realizada em São Paulo, em 1922, quando tem início um novo período, mais voltado para a cultura brasileira. Nesse período destacam-se as figuras de Mário de Andrade e Oswald de Andrade.

FILHO, Duílio Battistoni – Pequena História da Arte

Papirus Livraria Editoa, 2ª ed. Campinas – São Paulo, SP, 1987.